A Deliciosa Mulher do Porteiro: Um Conto de Sedução e Mistério
Num prédio antigo, no coração de Lisboa, vivia Sofia, uma mulher de olhos verdes e cabelos castanhos que ondulavam como as ondas do Tejo. Era a esposa do porteiro, um homem simples e dedicado, mas cuja atenção estava mais voltada para os jornais e os jogos de futebol do que para a mulher que partilhava a sua cama. Sofia, porém, não era uma mulher comum. Havia algo nela que atraía os olhares, um mistério que parecia pairar no ar sempre que ela passava, deixando os moradores do prédio a questionar o que se escondia por trás daquele sorriso enigmático.
Num dia quente de verão, enquanto o marido dormia a sesta, Sofia decidiu subir ao último andar para apanhar um pouco de ar fresco. O elevador estava avariado, como de costume, e ela subiu as escadas devagar, sentindo o calor a subir-lhe pelas pernas. Ao chegar ao terraço, encontrou-o vazio, exceto por um homem alto e de olhos cinzentos, que parecia estar a contemplar a cidade. Era Eduardo, um dos novos inquilinos, um escritor que se mudara para o prédio há poucas semanas.
— Desculpe, não sabia que havia alguém aqui — disse Sofia, com uma voz suave que parecia ecoar no silêncio.
Eduardo virou-se, e os seus olhos encontraram os dela. Havia uma faísca imediata, uma tensão que nenhum dos dois esperava. Ele sorriu, aproximando-se lentamente.
— Não há problema. O terraço é de todos, não é? — respondeu ele, com um tom de voz que parecia carregado de segundas intenções.
Sofia sentiu um arrepio percorrer-lhe a espinha. Havia algo naquele homem que a atraía, algo que ia além da sua aparência. Era a forma como ele a olhava, como se conseguisse ver através da sua máscara de esposa dedicada e descobrir o desejo que ela mantinha escondido.
— O calor está insuportável hoje — comentou ela, passando os dedos pelo pescoço, num gesto que não passou despercebido a Eduardo.
— Talvez precisemos de nos refrescar — sugeriu ele, com um sorriso malicioso.
Sofia não respondeu, mas os seus olhos disseram tudo o que ele precisava de saber. Num movimento rápido, Eduardo fechou a distância entre eles, puxando-a para um canto sombrio do terraço, onde as paredes os escondiam dos olhares curiosos. As suas mãos deslizaram pela cintura dela, sentindo a curva do seu corpo através do vestido leve que ela vestia.
— Sabes que não devíamos estar a fazer isto — sussurrou Sofia, mas as suas palavras foram abafadas pelo beijo de Eduardo, que a deixou sem fôlego.
Ele sabia que ela estava certa, mas a atração entre eles era demasiado forte para ser ignorada. As suas mãos exploraram o corpo dela com uma urgência que os deixou ambos a tremer. Sofia deixou escapar um gemido baixo, sentindo o desejo a consumi-la por dentro.
— Não te preocupes — murmurou Eduardo, enquanto os seus lábios desciam pelo pescoço dela. — Ninguém vai descobrir.
E, naquele momento, Sofia deixou-se levar pelo prazer, esquecendo-se do marido, do prédio, de tudo. Havia apenas ela e Eduardo, e o mistério que os unia naquele terraço, sob o calor do sol de Lisboa.