Carona para Crente Casada de Marília: Segurança e Conforto Garantidos
Marília ajustou o véu sobre os cabelos, sentindo o peso do compromisso que carregava. Era uma mulher de fé, casada há anos, mas algo naquele dia parecia diferente. O sol já se punha quando ela saiu da igreja, e o autocarro que a levaria para casa havia partido há minutos. Ficou parada no passeio, indecisa, quando um carro moderno parou ao seu lado.
— Precisa de boleia? — perguntou o homem ao volante, com um sorriso gentil. Ele era alto, de olhos escuros e uma voz que parecia acariciar as palavras.
Marília hesitou. Sabia que não devia aceitar caronas de estranhos, mas algo naquele homem transmitia segurança. Além disso, ele usava uma cruz pendurada no pescoço, o que a fez sentir-se mais à vontade.
— Obrigada — respondeu, entrando no carro.
O interior era quente, com um leve aroma de madeira e couro. Ele ajustou o ar condicionado, garantindo que ela estivesse confortável.
— Chamo-me Gabriel — apresentou-se, enquanto conduzia com mão firme.
— Marília — respondeu ela, olhando pela janela.
O silêncio que se seguiu era denso, carregado de algo que ela não conseguia nomear. Gabriel parecia sentir o mesmo, pois os seus olhos encontravam os dela pelo retrovisor, breves mas intensos.
— É casada? — perguntou ele, após alguns minutos.
— Sim — respondeu Marília, sentindo um leve rubor nas faces.
— Eu também — confessou ele, com um tom que parecia carregado de significado.
O carro continuou a avançar, mas o ambiente dentro dele mudara. O ar parecia mais pesado, mais quente. Marília sentiu uma onda de calor percorrer-lhe o corpo, e as suas mãos apertaram o véu com mais força.
— É sempre assim? — perguntou Gabriel, a voz mais suave.
— Como assim? — respondeu ela, quase num sussurro.
— Tão… reservada? — ele parou o carro num local isolado, voltando-se para ela.
Marília sentiu o coração acelerar. Sabia que devia dizer não, que devia pedir para ele continuar a conduzir, mas as palavras não saíram. Em vez disso, os seus olhos encontraram os dele, e algo se desprendeu dentro dela.
Gabriel inclinou-se lentamente, dando-lhe tempo para recuar, mas ela não o fez. Quando os seus lábios se encontraram, foi como se uma chama se acendesse. O beijo era suave, mas intenso, e Marília sentiu-se perdida nele.
As mãos dele deslizaram pelo seu corpo, explorando curvas que ela nem sabia que tinha. Ela respondeu com igual fervor, esquecendo-se de tudo o que a prendia. Naquele momento, eram apenas dois corpos, dois desejos, duas almas que se encontravam num abraço ardente.
Quando finalmente se separaram, Marília sentiu-se tonta, mas viva como nunca antes. Gabriel olhou para ela, com um misto de admiração e culpa.
— Devíamos parar — disse ele, mas a voz tremia.
— Sim — concordou ela, mas nenhum dos dois se moveu.
O carro ficou ali, no silêncio da noite, testemunha de um momento que nunca seria esquecido. E Marília, a crente casada, sentiu que algo dentro dela mudara para sempre.