Da Internet para o Mundo Real 12: Paulo Descobre Andressa com o Amante em Videochamada
Paulo estava sentado no sofá, o portátil aberto no colo, a luz do ecrã iluminando o seu rosto numa sala quase às escuras. Andressa, a sua namorada, estava em viagem de trabalho há uma semana, e a saudade apertava. Decidira surpreendê-la com uma videochamada, algo que não faziam há dias. Mal ela atendeu, o sorriso dele congelou.
Andressa estava no quarto de hotel, mas não estava sozinha. Um homem, de costas para a câmara, movia-se sobre ela, os lençóis desfeitos revelando corpos entrelaçados. Paulo sentiu o estômago embrulhar-se, mas não conseguiu desviar o olhar. Andressa fitava o ecrã, os olhos escuros carregados de um misto de surpresa e desafio.
“Paulo,” sussurrou ela, a voz rouca, “estavas mesmo a precisar de ver isto, não estava?”
Ele engoliu em seco, as mãos a tremerem sobre o teclado. O homem virou-se, um sorriso triunfante nos lábios, e Paulo reconheceu-o: era Ricardo, um colega de trabalho dela. A raiva e o desejo misturavam-se num turbilhão dentro dele. Andressa arqueou as costas, os dedos de Ricardo a apertarem-lhe os quadris, e ela gemeu, o som ecoando pelos auscultadores de Paulo.
“Gostas do que vês?” perguntou ela, os lábios curvando-se num sorriso provocador. “Podias estar aqui, mas preferiste ficar aí, sozinho.”
Paulo sentiu o sangue a ferver, a mão a descer instintivamente para o cós das calças. A cena era proibida, erótica de uma forma que ele não conseguia explicar. Andressa sabia-o, e usava isso contra ele, exibindo-se sem pudor.
“Mostra-me mais,” pediu ele, a voz rouca, os dedos a apertarem o telemóvel com força.
Ela riu, um som baixo e sensual, e afastou Ricardo com um gesto suave. Levantou-se, a câmara a seguir os seus movimentos lentos e deliberados. A luz suave do quarto acariciava a sua pele, destacando cada curva, cada sombra. Paulo não conseguia respirar.
“Queres ver tudo, não é?” murmurou ela, os dedos a deslizarem pelo corpo, a provocá-lo, a torturá-lo. “Queres ver o que podia ser teu, mas já não é.”
Paulo fechou os olhos por um instante, mas a imagem dela estava gravada na sua mente. Quando os abriu, ela estava mais perto da câmara, o rosto a preencher o ecrã, os lábios a formarem palavras que o deixaram sem ar.
“Vem buscar-me, Paulo. Se tiveres coragem.”
A chamada terminou abruptamente, deixando-o a olhar para um ecrã preto. O coração batia-lhe forte no peito, as mãos ainda trémulas. Sabia que aquilo era errado, que devia sentir-se traído, furioso. Mas, no fundo, havia algo mais, algo que o fazia querer pegar no carro e ir atrás dela, mesmo sabendo o que a esperava.
E, pela primeira vez, Paulo questionou-se se não seria isso que ela queria o tempo todo.