Indevida – II: Tudo o que Precisa Saber Sobre o Conceito e Aplicações
Num recanto discreto de Lisboa, onde o rio Tejo beija a cidade com a sua luz prateada, havia um apartamento que guardava segredos. Era ali que Clara e Diogo se encontravam, longe dos olhares curiosos do mundo. Ela, uma mulher de trinta e poucos anos, dona de uma elegância natural que a fazia destacar-se em qualquer multidão. Ele, um homem de quarenta, com um olhar que parecia desvendar os pensamentos mais íntimos de quem ousava cruzar o seu caminho.
Naquela noite, o ar estava carregado de uma tensão que ambos sentiam, mas não ousavam nomear. Clara chegou primeiro, como era costume. Vestia um vestido preto, simples, mas que parecia ter sido feito especialmente para ela. Diogo apareceu minutos depois, trazendo consigo o aroma subtil de uma colónia que ela adorava.
— Sabes que isto é indevido, não sabes? — perguntou Clara, enquanto ele a puxava para perto, os lábios quase a tocarem-se.
— Indevido? — Diogo sorriu, um sorriso que fazia o coração dela acelerar. — Talvez. Mas é tudo o que eu preciso.
As palavras desapareceram num beijo que parecia ter sido esperado há séculos. As mãos dele deslizaram pelo seu corpo, explorando cada curva como se fosse a primeira vez. Clara deixou-se levar, entregando-se ao desejo que sempre tentara controlar. O vestido deslizou pelo chão, seguido pela camisa dele, e em instantes estavam ambos nus, a pele a arder de desejo.
Diogo levou-a até ao sofá, onde a deitou com um cuidado que contrastava com a urgência do momento. Os seus lábios percorreram o seu pescoço, os seios, o ventre, enquanto as mãos dela se agarravam às suas costas, marcando-o com as unhas. Era uma dança que ambos conheciam bem, mas que nunca perdia a intensidade.
— Diz-me que és minha — sussurrou ele, os olhos a brilhar com uma luz que só ela conseguia ver.
— Sou tua — respondeu Clara, a voz tremula de emoção. — Sempre fui.
O momento que se seguiu foi uma fusão de corpos e almas, uma explosão de prazer que os levou para além do mundo real. Quando finalmente se separaram, ficaram deitados lado a lado, o coração a bater em uníssono.
— Isto é indevido — repetiu Clara, mas desta vez havia um sorriso nos seus lábios.
— Talvez — concordou Diogo, puxando-a para um abraço. — Mas é tudo o que eu preciso.
E naquele apartamento à beira do Tejo, longe dos olhares do mundo, Clara e Diogo sabiam que o seu amor, por mais indevido que fosse, era tudo o que precisavam.