Indevida – V: Tudo o Que Precisa Saber Sobre Este Conceito Jurídico
Era uma noite quente de verão, e o ar estava carregado de um misto de tensão e desejo. Sofia, uma advogada especializada em direito penal, encontrava-se no seu escritório, a rever os últimos detalhes de um caso complexo que envolvia o conceito de “indevida”. O cliente, um homem carismático chamado Ricardo, estava acusado de se apropriar indevidamente de bens alheios. Mas, naquele momento, não era o caso que ocupava a mente de Sofia.
Ricardo, sentado à sua frente, olhava-a com uma intensidade que a deixava desconfortável, mas ao mesmo tempo excitada. Ele era alto, de olhos castanhos profundos e um sorriso que parecia prometer mais do que palavras poderiam expressar. Sofia tentava concentrar-se nos papéis à sua frente, mas a presença dele era quase palpável.
— Sofia — começou ele, a voz suave mas carregada de intenção —, acha que posso ser considerado culpado de apropriação indevida?
Ela ergueu os olhos, encontrando o seu olhar. — Depende. Apropriação indevida implica a tomada de algo que não lhe pertence, sem consentimento. O que é que você tomou, Ricardo?
Ele sorriu, inclinando-se para a frente. — Talvez algo que não devia. Mas, e se o dono desse algo estivesse disposto a ceder?
Sofia sentiu um arrepio percorrer-lhe a espinha. — Isso mudaria a situação. Mas o consentimento tem de ser claro e inequívoco.
Ricardo levantou-se, caminhando lentamente até à sua mesa. — E se eu disser que estou disposto a dar algo em troca? Algo que você deseja, mas que talvez não deva ter?
Ela respirou fundo, sentindo o coração acelerar. — Isso seria… indevido.
Ele parou ao seu lado, a mão a deslizar suavemente pelo seu braço. — E se eu disser que não me importo com o que é ou não indevido? Que só me importo com o que você sente?
Sofia olhou para ele, sentindo-se presa entre a razão e o desejo. Sabia que devia afastá-lo, que devia manter a profissionalidade. Mas havia algo nele que a atraía irresistivelmente.
— Ricardo, isto não é certo — murmurou, mas a voz falhou-lhe.
Ele inclinou-se, os lábios quase a tocar o seu ouvido. — E se eu disser que o certo é o que fazemos agora, o que sentimos? Que o indevido é apenas uma palavra?
Ela fechou os olhos, sentindo o calor do seu corpo tão perto. Sabia que devia parar, que devia afastá-lo. Mas, naquele momento, o único conceito que importava era o desejo que ardia entre eles.
E, quando os lábios dele finalmente encontraram os seus, Sofia deixou-se levar pelo que era, talvez, indevido. Mas, naquele instante, era tudo o que ela precisava.