Minha Namorada, Meu Carma: Entenda a Dinâmica Deste Relação Complexa
Minha Namorada, Meu Carma: Entenda a Dinâmica Deste Relação Complexa
Era uma noite quente de verão, o ar pesado carregado de promessas não cumpridas. A lua cheia pendia no céu como um testemunho silencioso do que estava prestes a acontecer. Ana e eu estávamos no nosso apartamento, o espaço que partilhávamos há três anos, mas que nunca parecia ser verdadeiramente nosso. Ela estava sentada no sofá, as pernas cruzadas, o olhar fixo na televisão, mas eu sabia que a sua mente estava noutro lugar. Sempre estava.
Eu observava-a, tentando decifrar o enigma que era a minha namorada. Ana era uma mulher de contrastes: suave e dura, carinhosa e distante, presente e ausente. Era o meu carma, a minha condenação e a minha salvação. Cada toque seu era uma mistura de prazer e dor, cada palavra sua uma espada que me cortava e me curava ao mesmo tempo.
— Estás a pensar outra vez — disse ela, sem tirar os olhos da televisão.
— Como sabes? — perguntei, surpreendido.
— Conheço-te. Estás sempre a pensar. Demasiado.
Sorri, mas não respondi. Ela tinha razão. Eu pensava demasiado, analisava cada gesto, cada palavra, tentando encontrar o significado por detrás de tudo. Mas com Ana, nunca havia respostas claras. Ela era um labirinto, e eu estava perdido dentro dela.
Levantei-me e fui até ao sofá, sentando-me ao seu lado. Ela não se mexeu, mas eu senti a sua tensão, como se estivesse à espera de algo. Coloquei a mão no seu joelho, sentindo o calor da sua pele através do tecido fino da saia. Ela respirou fundo, mas continuou a olhar para a televisão.
— Ana — sussurrei, aproximando-me dela. — Preciso de ti.
Ela finalmente virou-se para mim, os seus olhos escuros a brilhar com uma intensidade que me deixou sem fôlego.
— Sabes que não posso dar-te o que queres — disse ela, a voz suave mas firme.
— Não sei o que quero — admiti, a minha mão a subir lentamente pela sua perna. — Só sei que preciso de ti.
Ela deixou-se tocar, mas eu sabia que não era suficiente. Ana nunca se deixava ir completamente, sempre mantinha uma parte de si escondida, protegida. Era essa parte que eu queria alcançar, que eu precisava de alcançar.
— Porque é que fazes isto? — perguntou ela, a sua voz um sussurro agora.
— Porque te amo — respondi, a minha mão a parar na sua coxa. — E porque tu me amas.
Ela olhou para mim, e pela primeira vez vi uma brecha na sua armadura. Havia algo nos seus olhos, algo que eu não conseguia identificar, mas que me fez sentir mais perto dela do que nunca.
— Não sei se consigo dar-te o que precisas — disse ela, a voz trémula.
— Não precisas de dar-me nada — respondi, aproximando-me ainda mais. — Só precisas de estar aqui, comigo.
Ela hesitou por um momento, mas depois inclinou-se para mim, os seus lábios a encontrar os meus num beijo que foi ao mesmo tempo suave e intenso. Senti o seu corpo a relaxar, a sua resistência a desvanecer-se. Era isso que eu queria, que eu precisava: sentir que ela estava realmente comigo, que era minha.
As nossas mãos exploraram-se, os nossos corpos entrelaçaram-se, e pela primeira vez em muito tempo senti que estávamos verdadeiramente conectados. Era uma sensação poderosa, avassaladora, que me deixou sem fôlego.
— Ana — sussurrei, os meus lábios a percorrerem o seu pescoço. — Tu és o meu carma.
Ela riu-se, um som suave e melodioso que me encheu de alegria.
— E tu és o meu — respondeu ela, os seus dedos a entrelaçarem-se nos meus cabelos.
E naquele momento, tudo fez sentido. Era uma relação complexa, cheia de altos e baixos, de prazer e dor, de amor e desespero. Mas era a nossa relação, o nosso carma. E eu não a trocaria por nada no mundo.