O Cunhado – Continuação: Tudo o que Precisa Saber Sobre Este Papel Familiar
O sol já se escondera por trás das colinas, pintando o céu de tons alaranjados e púrpuras. A casa de campo, isolada e rodeada por árvores, parecia o cenário perfeito para um fim de semana de descanso. Clara, sentada no alpendre, observava o horizonte enquanto segurava uma chávena de chá ainda fumegante. O marido, Pedro, estava lá dentro, ocupado com uma chamada de trabalho que parecia não ter fim. Era sempre assim, pensou ela, com um suspiro silencioso.
Foi então que o portão rangiu, anunciando a chegada de alguém. Clara virou-se e viu o cunhado, Marco, a aproximar-se com um sorriso descontraído. Ele usava uma camisa de flanela aberta sobre uma t-shirt branca, e as suas calças de ganga justas destacavam as suas pernas musculosas. Clara sentiu um calor inesperado subir-lhe às faces.
“Olá, Clara”, cumprimentou ele, com a voz suave e profunda. “O Pedro está por aí?”
“Está lá dentro, numa chamada”, respondeu ela, tentando disfarçar a ligeira trepidação na voz. “Podes esperar aqui comigo, se quiseres.”
Marco assentiu e sentou-se ao seu lado, num banco de madeira. O silêncio que se seguiu era carregado de uma tensão que Clara não conseguia explicar. Ela sentia o calor do corpo dele tão perto, e o aroma do seu perfume, uma mistura de madeira e algo mais intenso, envolvia-a.
“Está um belo fim de semana, não está?”, comentou Marco, quebrando o silêncio.
“Sim, está”, concordou Clara, olhando para ele. Os seus olhos castanhos encontravam os dela, e por um momento, pareceu que o tempo parou. Ela sentiu um arrepio percorrer-lhe a espinha.
Marco inclinou-se ligeiramente para a frente, como se partilhasse um segredo. “Sabes, Clara, há algo que tenho sentido há algum tempo, mas nunca tive coragem de dizer.”
Ela engoliu em seco, o coração a bater mais depressa. “O que é?”
Ele hesitou, como se medisse as palavras. “Sinto uma atração por ti. Desde a primeira vez que te vi. E sei que é errado, mas não consigo mais ignorar isso.”
Clara sentiu o ar faltar-lhe. A confissão dele era tão inesperada quanto excitante. Ela olhou para os lábios dele, tão próximos, e sentiu um desejo que nunca antes tinha admitido.
“Marco…”, sussurrou ela, mas as palavras perderam-se quando ele se inclinou e os seus lábios se encontraram num beijo apaixonado. Foi um beijo que despertou algo dentro dela, algo que ela não sabia que existia.
Ele puxou-a para mais perto, e ela deixou-se ir, sentindo as suas mãos fortes a percorrerem o seu corpo. O mundo exterior desapareceu, e tudo o que importava era aquele momento, aquela ligação proibida que os unia.
Quando se separaram, ambos estavam a respirar fundo, os olhos cheios de desejo e uma mistura de culpa e excitação.
“Clara, eu…”, começou ele, mas ela colocou um dedo nos seus lábios.
“Não digas nada”, sussurrou ela. “Por agora, só quero sentir.”
E, naquele momento, tudo o que precisava saber sobre o papel familiar desapareceu, dando lugar a uma paixão que nenhum deles poderia negar.