Primeiro Chifre: Ninguém Esquece – Porque Esta Experiência Fica Para Sempre
O sol começava a descer, tingindo o céu de tons quentes de laranja e rosa. Ana sentia o coração acelerado enquanto esperava no terraço do apartamento. A brisa suave agitava-lhe o cabelo, mas não conseguia acalmar a inquietação que a consumia. A porta abriu-se e ele entrou, como sempre, com um sorriso confiante que parecia desenhar-se nos lábios desde que se conheciam. Miguel. O seu marido. Mas hoje, algo era diferente.
— Olá, amor — cumprimentou, aproximando-se para a beijar. O beijo era habitual, mas Ana sentiu um nó na garganta. Sabia que aquela noite seria diferente. Sabia que, pela primeira vez, iria traí-lo.
Miguel estava distraído, a falar do trabalho, mas Ana mal conseguia ouvir. A sua mente estava noutro lugar, noutra pessoa. Tiago. O colega de trabalho que, nas últimas semanas, lhe tinha despertado sentimentos que julgava adormecidos. A atração era inegável, e hoje, finalmente, tinha cedido ao desejo.
— Vou tomar um banho — anunciou Miguel, desaparecendo no interior do apartamento.
Ana respirou fundo e pegou no telemóvel. A mensagem de Tiago estava lá, curta e direta: *”Estou à espera.”* O coração batia-lhe tão forte que parecia querer saltar do peito. Levantou-se, pegou na carteira e saiu silenciosamente.
O encontro foi marcado num pequeno hotel discreto. Quando entrou no quarto, Tiago já estava lá, sentado na cama, com um olhar que a fez tremer. Sem palavras, aproximou-se dela, as mãos a percorrerem-lhe o corpo como se a conhecessem há anos. Ana deixou-se levar, o desejo a consumir-lhe qualquer resquício de culpa.
As roupas caíram ao chão, e os corpos entrelaçaram-se numa dança ardente. Cada toque, cada beijo, era intenso, como se quisessem compensar o tempo perdido. Ana nunca se sentira assim, tão viva, tão desejada. O prazer era avassalador, e quando finalmente chegaram ao clímax, foi como se o mundo parasse por um instante.
Depois, deitada ao lado dele, o peso da realidade começou a assombrá-la. O que tinha feito? Miguel estava em casa, confiante, enquanto ela ali estava, a traí-lo. Mas, ao mesmo tempo, sabia que nunca esqueceria aquela noite. O primeiro chifre. Uma experiência que ficaria gravada na sua memória para sempre.
Regressou a casa, o corpo ainda a latejar de prazer, e encontrou Miguel no sofá, a ver televisão. Ele sorriu ao vê-la, inocente, alheio ao que tinha acontecido. Ana sentiu um aperto no peito, mas também uma estranha sensação de poder. Sabia que tinha cruzado uma linha, e que nada seria igual a partir daquele momento.
E, no fundo, sabia que nunca se arrependeria.