Como Foi Ser Amante de uma Mulher Casada Durante Um Ano: Confissões e Reflexões

Como Foi Ser Amante de uma Mulher Casada Durante Um Ano: Confissões e Reflexões

A luz do entardecer filtrou-se pelas cortinas de renda, pintando a sala de tons dourados. Era o nosso refúgio, o apartamento discreto onde nos encontrávamos todas as quartas-feiras, quando o mundo parecia parar só para nós. Ela chegava sempre pontual, com um sorriso tímido nos lábios e um olhar que me dizia mais do que as palavras jamais poderiam expressar. Era casada, e eu sabia disso desde o início. Mas o coração, ou talvez o corpo, não se importava com os detalhes.

encontros Rapidos

Chamava-se Sofia. Tinha trinta e cinco anos, cabelos castanhos que caíam em ondas suaves sobre os ombros, e uma elegância natural que a tornava irresistível. O marido, um homem de negócios ausente, viajava frequentemente, deixando-a sozinha naquela casa grande e silenciosa. Nós éramos o segredo que ela guardava como um tesouro, a fuga da monotonia que a vida conjugal lhe impunha.

O primeiro encontro foi acidental, num café onde ambos procurávamos abrigo da chuva. Conversámos, rimos, e algo naquela tarde fez com que o tempo parasse. Quando nos despedimos, o beijo foi inevitável. Um beijo curto, mas que deixou um sabor doce e proibido na boca. Foi assim que começou, sem planeamento, sem promessas, apenas o desejo que nos consumia.

As quartas-feiras tornaram-se sagradas. Ela chegava, vestida com roupas simples que pareciam esconder a sensualidade que transbordava dela. Despíamos-nos devagar, como se cada peça de roupa fosse um véu que nos separava do paraíso. A primeira vez que a vi nua, foi como descobrir uma obra de arte. O corpo dela era uma sinfonia de curvas suaves, pele macia que tremia ao toque dos meus dedos.

Fazíamos amor com uma intensidade que me deixava sem fôlego. Ela era selvagem e doce ao mesmo tempo, entregando-se completamente a cada momento. As mãos dela exploravam o meu corpo com uma mistura de curiosidade e desejo, como se quisesse memorizar cada centímetro. E eu, por minha vez, perdia-me naquele jogo de carícias e suspiros, esquecendo-me de tudo o que não fosse ela.

Mas havia sempre uma sombra a pairar sobre nós. A consciência de que aquilo era temporário, de que ela pertencia a outro homem. Por vezes, depois de nos amarmos, ela ficava em silêncio, os olhos perdidos no vazio. Perguntava-me se ela se sentia culpada, se questionava as escolhas que a tinham levado até ali. Eu nunca lhe perguntei. Preferia viver na ilusão de que éramos apenas dois corpos que se encontravam, sem passado nem futuro.

Houve uma noite em que ela chegou diferente. Estava mais silenciosa, mais distante. Quando nos deitámos, abraçou-me com uma força que me surpreendeu. “E se isto fosse para sempre?”, perguntou, a voz quase um sussurro. Fiquei sem resposta. Sabia que aquela pergunta não era para mim, mas para ela mesma. Para a vida que tinha escolhido e para a que poderia ter tido.

O fim chegou de forma tão súbita como o início. Um dia, ela simplesmente não apareceu. Não houve explicações, nem despedidas. Fiquei à espera, semana após semana, até perceber que ela tinha decidido voltar ao mundo que era dela. E eu, por mais que tentasse, não conseguia culpá-la.

Passou um ano desde o nosso último encontro. Ainda penso nela, nas quartas-feiras, quando a luz do entardecer pinta o quarto de dourado. E, por vezes, sinto o eco dos seus suspiros, como um fantasma que se recusa a partir. Fui o amante de uma mulher casada durante um ano, e aquela experiência deixou-me marcado. Não sei se foi amor, ou apenas desejo, mas sei que foi real. E, talvez, isso seja o suficiente.