Como Lidei com o Arrependimento de Ter Traído o Meu Marido com um Homem Bem Dotado
O sol já se punha, tingindo o horizonte de tons quentes, quando sentei-me na varanda, o coração pesado como uma pedra. As memórias da noite anterior invadiam-me a mente, nítidas e incómodas. Tinha traído o meu marido, Pedro, com um homem que mal conhecia, mas cuja presença me deixara sem fôlego. A culpa apertava-me o peito, mas o desejo que ainda ardia nas minhas veias era igualmente intenso.
Lembrei-me do toque das suas mãos, fortes e seguras, a deslizarem pelo meu corpo como se fossem feitas para mim. A sua voz, grave e sedutora, sussurrando palavras que me fizeram esquecer de tudo, até do meu próprio nome. E o seu corpo… Deus, o seu corpo. Era como se tivesse sido esculpido para me devorar, cada músculo tenso, cada movimento calculado para me levar ao êxtase. Ainda sentia o peso dele sobre mim, o calor da sua pele, o sabor do seu suor.
Mas agora, sentada ali, o arrependimento começava a dominar-me. Pedro era um homem bom, gentil, que sempre me tratara com carinho e respeito. Como podia eu tê-lo traído? Como podia ter cedido a um momento de fraqueza, de puro desejo?
Levantei-me, decidida a enfrentar as consequências das minhas acções. Entrei em casa, onde Pedro estava sentado no sofá, a ler um livro. Ele olhou para mim, os seus olhos castanhos cheios de preocupação.
— Está tudo bem, amor? — perguntou, a sua voz suave como sempre.
Engoli em seco, sentindo as lágrimas a ameaçarem cair.
— Precisamos falar — disse, a voz trémula.
Ele fechou o livro e colocou-o ao lado, olhando-me com atenção. Sentei-me ao seu lado, as mãos a tremer.
— Pedro, eu… eu traí-te — confessei, as palavras saindo como um sussurro.
Ele ficou em silêncio por um momento, o rosto impassível. Depois, respirou fundo e perguntou:
— Com quem foi?
— Com um homem que conheci num bar. Foi só uma noite, mas… eu não devia ter feito isso. Sinto-me tão culpada.
Ele olhou para mim, os seus olhos a reflectirem uma mistura de dor e compreensão.
— Porquê? — perguntou, a voz suave mas firme.
— Porque… porque ele me fez sentir algo que eu não sentia há muito tempo. Algo intenso, selvagem. Mas isso não justifica o que fiz. Eu amo-te, Pedro. E sinto-me horrível por te ter magoado.
Ele ficou em silêncio por um momento, os seus dedos a brincarem com a borda do livro. Depois, olhou para mim e disse:
— Eu também te amo, mas precisamos de falar sobre o que aconteceu. Precisamos de entender o que levou a isso e como podemos seguir em frente.
Senti um alívio imenso ao ouvir as suas palavras, mas também uma pontada de medo. Seria possível reconstruir o que tínhamos? Seria possível perdoar-me a mim mesma?
Naquela noite, deitados na cama, Pedro abraçou-me, o seu corpo quente contra o meu. Senti-me segura, protegida, mas também vulnerável. Sabia que o caminho à frente seria difícil, mas estava disposta a enfrentá-lo. Por ele, por nós, e por mim mesma.