O Que Aconteceu na Pandemia… e Como Continua a Impactar-nos Hoje!
O apartamento estava silencioso, exceto pelo som suave da chuva a bater na janela. Era abril de 2020, e o mundo estava parado. A pandemia tinha-nos trancado em casa, e aquele isolamento forçado trouxe consigo uma intimidade que nunca antes tínhamos explorado.
Mariana e eu éramos colegas de casa há dois anos, mas nunca tínhamos cruzado aquela linha ténue entre a amizade e o desejo. Ela estava sentada no sofá, enrolada num cobertor, com um livro nas mãos. Eu, do outro lado da sala, tentava concentrar-me num filme, mas os meus olhos eram atraídos para ela como um íman.
“Estás a ver o quê?”, perguntou ela, sem levantar os olhos do livro.
“Nada de interessante”, respondi, mudando de canal.
Ela riu, um som suave que me fez sorrir involuntariamente. “Devíamos fazer alguma coisa. Estou a ficar louca aqui dentro.”
“Como o quê?”, perguntei, levantando-me e sentando-me ao seu lado.
Ela olhou para mim, os seus olhos castanhos a brilhar com uma luz que eu nunca tinha notado antes. “Não sei. Algo… diferente.”
O ar entre nós ficou pesado, carregado de uma tensão que eu não sabia como interpretar. Ela colocou o livro de lado e virou-se para mim, os seus lábios ligeiramente entreabertos. Eu senti o meu coração a acelerar, as minhas mãos a tremer.
“Mariana…”, comecei, mas as palavras morreram na minha boca quando ela se inclinou para mim, os seus lábios a tocarem os meus num beijo suave, mas cheio de intenção.
Foi como se uma faísca tivesse sido acesa entre nós. As nossas mãos encontraram-se, os nossos corpos aproximaram-se, e de repente, o mundo lá fora desapareceu. A pandemia, o medo, a incerteza – tudo se desvaneceu, deixando apenas nós dois, envoltos num calor que nos consumia.
As semanas que se seguiram foram um turbilhão de descobertas. Explorámos cada centímetro um do outro, encontrando prazer nos lugares mais inesperados. A cozinha, a sala, o quarto – cada espaço do apartamento tornou-se um palco para a nossa paixão.
Mas, como todas as coisas, a pandemia acabou. O mundo voltou à vida, e nós voltámos às nossas rotinas. No entanto, o que aconteceu entre nós durante aqueles meses nunca desapareceu. Continua aqui, entre nós, um segredo doce e quente que nos une de uma forma que nada mais poderia.
E hoje, quando nos encontramos no sofá, o mesmo sofá onde tudo começou, eu sinto o mesmo calor, a mesma tensão. A pandemia pode ter acabado, mas o que ela despertou em nós continua vivo, a arder como uma chama que nunca se apaga.