Chefe Safado: Como Lidar com Comportamentos Inapropriados no Trabalho
O escritório estava silencioso, o som dos teclados a serem pressionados ecoava pelo espaço amplo e moderno. Sofia concentrava-se no relatório que tinha de entregar até ao final do dia, mas sentia o olhar do chefe a pairar sobre ela. Era a terceira vez naquela semana que ele se aproximava da sua mesa, com desculpas esfarrapadas para conversar. Desta vez, trouxe um café.
“Tens estado a trabalhar muito, Sofia. Precisa de uma pausa”, disse ele, colocando a chávena à sua frente. O tom de voz era suave, quase sedutor. Ela agradeceu com um sorriso forçado, mas sentiu o desconforto a crescer.
Ele ficou ali, demasiado perto, a falar sobre coisas irrelevantes enquanto os seus olhos percorriam o seu corpo. Sofia tentou ignorar, mas o ambiente ficou carregado de uma tensão que ela não sabia como lidar.
“Sabes, Sofia”, ele começou, baixando a voz, “és uma mulher muito competente. E… muito atraente.”
Ela engoliu em seco, sentindo o coração a acelerar. “Obrigada, chefe. Mas acho que devia voltar ao trabalho.”
Ele não se moveu. Pelo contrário, inclinou-se mais, colocando uma mão na sua cadeira. “Não tens de ser tão formal. Podíamos… falar sobre outras coisas. Talvez fora daqui.”
Sofia sentiu um misto de raiva e medo, mas também uma curiosidade perigosa. O chefe era um homem atraente, sem dúvida, mas aquilo estava claramente errado.
“Chefe, isto é inapropriado”, disse ela, tentando manter a calma.
Ele riu, um som baixo e sedutor. “Inapropriado? Ou apenas… proibido? Há uma diferença, sabes.”
Antes que ela pudesse responder, ele afastou-se, mas não sem antes lhe passar um cartão de visita com o seu número pessoal escrito atrás. “Pensa nisso.”
Sofia ficou ali, a olhar para o cartão, o coração a bater descontroladamente. Sabia que devia denunciar, mas uma parte dela questionava-se se não seria mais fácil ceder.
Naquela noite, em casa, ela ainda pensava no que tinha acontecido. O telemóvel tocou. Era ele.
“Então, Sofia? Decidiste?”
Ela respirou fundo, sentindo o corpo a responder àquela voz. “Sim, decidi.”
“E?”
“Encontramo-nos amanhã. Mas é a última vez.”
Ele riu, satisfeito. “Sabia que eras inteligente.”
No dia seguinte, no escritório, Sofia entregou a sua demissão. E, antes de sair, deixou o cartão com o número dele em cima da mesa do departamento de Recursos Humanos.
Agora, era ele quem tinha de lidar com as consequências.