Como Lidar com Situações Delicadas com a Vizinha: Reflexões e Conselhos Úteis
Clara ajustou o vestido, sentindo o tecido leve deslizar sobre a pele. O sol da tarde entrava pela janela da cozinha, iluminando o chão de madeira. Estava a preparar um chá, mas a sua atenção estava longe da chaleira a chiar. Do outro lado da rua, na casa da frente, a vizinha, Sofia, estava a estender roupa no varal. O movimento dos seus braços, o balanço subtil das ancas, tudo parecia coreografado para captar o olhar de Clara.
Não era a primeira vez que se sentia atraída por Sofia. Desde que a vizinha se mudara para a rua, há alguns meses, Clara notara a sua presença de forma quase obsessiva. Sofia era alta, de cabelo escuro e olhos verdes que pareciam guardar segredos. A sua voz suave ecoava nas conversas de rua, e o seu sorriso era tão caloroso que Clara se sentia derreter por dentro.
Naquela tarde, porém, algo era diferente. Sofia olhou para a janela de Clara, e os seus olhos encontraram-se por um instante que pareceu eterno. Clara sentiu um arrepio percorrer-lhe a espinha, e o coração acelerou. Era como se Sofia soubesse exactamente o que ela estava a pensar.
Decidida a não deixar a oportunidade escapar, Clara pegou numa travessa de bolos que acabara de fazer e atravessou a rua. A porta da casa de Sofia estava entreaberta, e Clara bateu suavemente.
— Entra! — ouviu-se a voz de Sofia, vinda do interior.
Clara entrou, e o aroma a lavanda envolveu-a. Sofia estava na sala, sentada no sofá, com um livro nas mãos. Levantou-se ao ver Clara, e o seu sorriso foi ainda mais intenso do que antes.
— Trouxe uns bolos para ti — disse Clara, estendendo a travessa.
— Que gentileza! — respondeu Sofia, pegando na travessa e colocando-a na mesa. — Senta-te, por favor. Vamos partilhá-los.
Clara sentou-se, e as duas começaram a conversar. A princípio, o diálogo foi trivial — o tempo, os vizinhos, os planos para o fim-de-semana. Mas, aos poucos, a conversa foi ficando mais íntima. Sofia contou sobre o seu divórcio recente, e Clara falou da sua solidão desde que o marido partira em trabalho.
— Às vezes, sinto-me tão só — confessou Clara, baixando os olhos.
Sofia inclinou-se para a frente, e a sua mão tocou suavemente a de Clara.
— Não tens de estar sozinha — sussurrou.
O toque foi como uma faísca, e Clara sentiu o corpo responder. Olhou para Sofia, e os seus olhos encontraram-se novamente. Desta vez, não houve hesitação. Sofia aproximou-se, e os seus lábios encontraram os de Clara num beijo lento, profundo, que fez o mundo à sua volta desaparecer.
As mãos de Sofia deslizaram pelo corpo de Clara, explorando cada curva, cada contorno. Clara respondeu com igual intensidade, os dedos a entrelaçarem-se nos cabelos escuros de Sofia. O calor entre elas era palpável, e cada toque era como uma promessa de algo mais.
Quando finalmente se separaram, ambas estavam sem fôlego, mas os seus olhos brilhavam com uma nova compreensão.
— Isto não é apenas uma situação delicada, pois não? — perguntou Clara, com um sorriso tímido.
Sofia riu, um som suave e sedutor.
— Não, não é. Mas podemos lidar com isso juntas.
E, naquele momento, Clara soube que a sua vida nunca mais seria a mesma.