Meu Irmão e a Coroa Desejada: Um Conto de Ambição e Lealdade

Meu Irmão e a Coroa Desejada: Um Conto de Ambição e Lealdade

Na quietude da noite, o palácio real era um labirinto de sombras e segredos. A lua prateada banhava os corredores de mármore, enquanto os murmúrios da corte ecoavam distantes. No coração daquele silêncio, o príncipe Dário caminhava com passos firmes, a coroa de ouro maciço reluzindo na sua cabeça. Mas não era a coroa que o consumia, nem o poder que ela simbolizava. Era ela.

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Isabel, sua irmã mais nova, estava sentada à janela do seu aposento, o cabelo loiro deslizando sobre os ombros como um manto de seda. Os olhos dela, de um azul profundo, brilhavam com uma mistura de inocência e algo mais, algo que Dário não conseguia decifrar. Ele parou à porta, observando-a, a respiração presa no peito.

— Isabel — chamou ele, a voz rouca, carregada de uma tensão que não conseguia esconder.

Ela virou-se lentamente, os lábios curvando-se num sorriso suave.

— Irmão — respondeu, a voz dela um sussurro que o fez estremecer. — O que te traz aqui, a esta hora?

Dário entrou no quarto, fechando a porta atrás de si. O ar estava pesado, carregado de uma energia que os dois sentiam, mas nunca haviam confessado.

— A coroa — começou ele, os dedos apertando o punho da espada. — É minha por direito. Mas há algo mais que desejo, algo que não posso ter.

Isabel levantou-se, aproximando-se dele com passos lentos, deliberados. O vestido de seda deslizava pelo corpo dela, realçando cada curva. Dário sentiu o coração acelerar, o sangue a ferver nas veias.

— E o que seria isso, irmão? — perguntou ela, os olhos fixos nos dele.

Ele hesitou, a luta interna visível no rosto. Mas então, como se algo dentro dele tivesse cedido, ele estendeu a mão, tocando o rosto dela com uma suavidade que contrastava com a força que ele sempre demonstrava.

— Tu — confessou, a voz quase inaudível. — És tu que eu desejo, Isabel. Mais do que a coroa, mais do que o reino.

Ela não recuou. Pelo contrário, inclinou-se para a frente, os lábios dela quase tocando os dele.

— E eu sempre soube — sussurrou ela, a voz carregada de uma paixão que o consumiu. — Mas o que faremos com isso, irmão? O que faremos com este desejo que nos consome?

Dário não respondeu com palavras. Em vez disso, puxou-a para si, os lábios dele encontrando os dela num beijo ardente, carregado de anos de desejo reprimido. Isabel respondeu com igual intensidade, as mãos dela agarrando-se a ele como se ele fosse a única coisa que a mantinha de pé.

Naquele momento, a coroa, o reino, tudo o mais desapareceu. Só existiam eles, os seus corpos entrelaçados, os seus corações batendo em uníssono. Era um pecado, sabiam eles. Mas naquela noite, sob a luz prateada da lua, nada mais importava.