O Trato com a Coroa Safada do Bairro: Descubra Porque Ela Fica

O Trato com a Coroa Safada do Bairro: Descubra Porque Ela Fica

Num bairro antigo, onde as ruas estreitas se entrelaçavam como segredos, vivia uma mulher que todos chamavam de “Coroa Safada”. Era um apelido que ela carregava com orgulho, como se fosse uma coroa de espinhos e rosas. Helena, de cabelos prateados e olhos que pareciam guardar histórias proibidas, era conhecida por sua ousadia e por um certo ar de mistério que a envolvia. Os vizinhos cochichavam, os homens olhavam com desejo disfarçado, e as mulheres, com inveja mascarada de desdém.

encontros Rapidos

Mas o que ninguém sabia era o motivo pelo qual ela “ficava”. Por que aquela mulher, que já passara dos cinquenta, ainda conseguia atrair olhares e suspiros como se fosse uma jovem em pleno vigor? A resposta estava escondida nas paredes do seu apartamento, no segundo andar de um prédio antigo, onde o papel de parede desbotado contava histórias de outras épocas.

Helena tinha um trato com a vida. Um pacto silencioso que a mantinha viva, pulsante, desejada. Toda sexta-feira, às nove da noite, ela recebia um visitante. Nunca o mesmo. Era sempre um homem diferente, escolhido a dedo, alguém que ela cruzava na rua, no mercado, ou até mesmo no café da esquina. Eles vinham, atraídos por aquele olhar que parecia prometer mais do que palavras poderiam dizer.

Naquela noite, o escolhido foi João, um carpinteiro de mãos calejadas e sorriso tímido. Ele chegou à porta de Helena com um buquê de flores e um nervosismo que quase o fazia desistir. Mas ela o recebeu com um sorriso largo, convidando-o a entrar. O apartamento era simples, mas tinha um charme peculiar, como se cada objeto tivesse uma história para contar.

“Sabes porque estás aqui?” perguntou Helena, servindo-lhe um copo de vinho tinto.

João hesitou, mas acabou por admitir que não sabia ao certo. Apenas sentira uma atração irresistível, algo que o fizera aceitar o convite sem pensar duas vezes.

Helena sorriu, como se aquela resposta fosse exatamente o que esperava. “Estás aqui porque eu escolhi-te. E porque tu escolheste a ti mesmo.”

A noite seguiu-se num ritmo lento, como uma dança onde cada passo era calculado. Helena conduzia, e João seguia, entregando-se completamente àquela experiência. As mãos dele, habituadas a trabalhar com madeira, descobriram novas texturas, novos contornos. E ela, com a sabedoria de quem conhece o próprio corpo como uma obra de arte, ensinou-lhe coisas que ele nunca imaginara possíveis.

Quando o sol começou a despontar no horizonte, João partiu, levando consigo uma sensação de plenitude que nunca antes experimentara. E Helena, sozinha no seu apartamento, sorriu para si mesma. Ela sabia que, na próxima sexta-feira, outro homem bateria à sua porta. E ela estaria lá, pronta para mais um trato com a vida, mais um capítulo na história da “Coroa Safada”.