O Veneno da Prostituição: Repeteco com o Dr. César – Análise Profunda

O Veneno da Prostituição: Repeteco com o Dr. César – Análise Profunda

Num bairro antigo de Lisboa, onde as ruas estreitas se entrelaçavam como dedos cúpidos, havia um bordel discreto, conhecido apenas por quem sabia onde procurar. Era ali que o Dr. César, um homem de meia-idade com um ar de intelectual desiludido, encontrava refúgio para os seus desejos mais obscuros. Não era a primeira vez que ali ia, e certamente não seria a última. O seu vício era mais forte do que qualquer juramento de abstinência.

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Naquela noite, o ar estava pesado, carregado de um calor úmido que parecia prenunciar uma tempestade. O Dr. César entrou no estabelecimento com a habitual discrição, saudando a madame com um aceno de cabeça. Ela, uma mulher de olhos penetrantes e sorriso calculista, sabia exatamente o que ele procurava.

— A Sofia está à sua espera, doutor — disse ela, indicando o caminho com um gesto suave.

Sofia era uma jovem de vinte e poucos anos, de cabelos negros como a noite e olhos que pareciam guardar segredos antigos. Ela era diferente das outras. Não havia nela a vulgaridade comum às mulheres daquela casa. Havia uma profundidade, uma inteligência que atraía o Dr. César como uma mariposa à chama.

Quando ele entrou no quarto, Sofia estava sentada à beira da cama, vestida apenas com um robe de seda que mal cobria os seus contornos. O Dr. César sentou-se ao seu lado, os dedos tremendo ligeiramente ao tocar-lhe o rosto.

— Porque continuas a vir aqui, doutor? — perguntou ela, a voz suave como um sussurro.

Ele hesitou, os olhos fixos nos dela. — Porque tu és diferente. Porque tu me entendes.

Sofia sorriu, um sorriso triste que não chegou aos olhos. — Talvez eu te entenda demasiado bem.

O Dr. César inclinou-se para a frente, os lábios a procurarem os dela. O beijo foi lento, intenso, como se ambos tentassem extrair um do outro algo mais do que prazer físico. As mãos dele deslizaram pelo corpo dela, explorando cada curva, cada recanto, como se quisesse memorizá-la.

Sofia deixou-se levar, mas havia algo no seu olhar que sugeria uma distância, como se uma parte dela estivesse algures longe dali. O Dr. César não notou, ou talvez não quisesse notar. Ele estava demasiado preso ao momento, ao calor da pele dela, ao som suave dos seus suspiros.

Quando finalmente se deitaram na cama, os corpos entrelaçados numa dança antiga, o Dr. César sentiu uma estranha mistura de êxtase e melancolia. Sabia que aquilo era errado, que estava a mergulhar cada vez mais fundo num poço sem fundo. Mas não conseguia parar. Sofia era o seu veneno, e ele estava disposto a beber até à última gota.

No fim, quando ambos estavam deitados lado a lado, o silêncio entre eles era quase palpável. O Dr. César olhou para Sofia, os olhos cheios de uma pergunta que não ousava formular.

— Até à próxima, doutor? — perguntou ela, a voz suave como sempre.

Ele acenou com a cabeça, sabendo que não havia outra resposta. Enquanto se vestia e saía do quarto, o Dr. César sentiu o peso da culpa a apertar-lhe o peito. Mas sabia que voltaria. Porque, no fundo, o veneno da prostituição era mais doce do que qualquer remédio.

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