Os Amigos do Papai Contam: Histórias e Segredos Revelados
Num serão quente de verão, os amigos do papá reuniram-se na varanda da casa de campo, como era tradição há anos. As cadeiras de madeira rangiam sob o peso dos corpos, e o ar estava carregado de cigarros e risos. As histórias começavam sempre com uma piada, mas aquela noite prometia ser diferente.
— Lembram-se daquela vez no Algarve? — perguntou o Rui, piscando o olho enquanto acendia outro cigarro. — Aquele verão em que o Manuel decidiu que ia conquistar a mulher do dono do restaurante?
Os homens riram, mas o Manuel, sentado num canto, apenas sorriu, os olhos brilhando com um segredo que nunca tinha partilhado.
— Ah, mas não foi só isso — disse ele, puxando a cadeira para mais perto da mesa. — Aquela noite… foi mais do que conquistar. Foi uma lição.
Todos se inclinaram para a frente, curiosos. O Manuel nunca tinha sido tão misterioso. Ele olhou em volta, certificando-se de que as mulheres estavam dentro de casa, ocupadas com a sobremesa. Depois, começou a contar.
— Ela não era apenas bonita. Era… intensa. Quando olhava para ti, era como se te lesse por dentro. E aquela noite, depois de tantos flertes, ela disse-me para a encontrar na praia, à meia-noite. Eu fui, claro. Mas não estava sozinha.
Os homens trocaram olhares, intrigados. O Manuel continuou, a voz baixa e rouca.
— Estavam lá três mulheres. Elas tinham trazido vinho, velas, e… outras coisas. Eram amigas dela, mas aquilo não era um encontro casual. Era um ritual. Elas disseram-me que eu tinha sido escolhido, que era a minha noite. E eu… eu deixei-me levar.
Os olhos dos amigos brilhavam, imaginando a cena. O Manuel descreveu como as mãos delas o tinham tocado, como os corpos se tinham entrelaçado na areia quente, sob o luar. Falou dos beijos, dos sussurros, do vinho que escorria pelos corpos enquanto riam e se entregavam ao prazer.
— Foi a noite mais louca da minha vida — confessou ele, com um suspiro. — Mas não foi só isso. Aquelas mulheres ensinaram-me coisas que nunca tinha imaginado. Sobre o corpo, sobre o desejo, sobre como entregar-se completamente.
Os amigos ficaram em silêncio, absorvendo as palavras. Até o Rui, sempre tão falador, não conseguiu encontrar uma piada. O Manuel sorriu, sabendo que tinha partilhado algo que mudaria para sempre aquelas noites na varanda.
— E depois? — perguntou alguém, quase em voz baixa.
— Depois… — o Manuel encostou-se à cadeira, os olhos perdidos na memória. — Depois, acordei sozinho na praia, com o sol a nascer. E nunca mais as vi. Mas aquela noite… aquela noite ficou comigo para sempre.
Os homens ficaram em silêncio, cada um a imaginar o que teria sido viver aquela experiência. E, enquanto as mulheres voltavam com a sobremesa, os amigos do papá trocaram olhares, sabendo que aquela história seria guardada como um segredo, um tesouro que só eles partilhariam.