Uma Madura Ninfomaníaca (III): Tudo o Que Precisa Saber Sobre o Tema
A sala estava envolta num silêncio pesado, apenas quebrado pelo tique-taque do relógio de parede. Clara, de pé junto à janela, observava as gotas de chuva que escorriam pelo vidro, como se fossem lágrimas. Aos quarenta e cinco anos, o seu corpo mantinha-se firme, uma obra de arte esculpida pelo tempo e pela paixão. Mas era uma paixão que nunca se saciava, um fogo que ardia sem cessar, consumindo-a por dentro.
Sentada no sofá, Sofia, a sua melhor amiga, observava-a com um olhar de preocupação. “Clara, já pensaste em procurar ajuda? Isto não é normal”, disse, hesitante.
Clara virou-se, os seus olhos escuros brilhando com uma intensidade que fez Sofia estremecer. “Normal? E quem decide o que é normal? Eu sou assim, Sofia. Preciso disto. Preciso de sentir, de tocar, de ser tocada.”
Sofia suspirou, sabendo que argumentar seria inútil. Clara era uma ninfomaníaca, e não havia terapia ou remédio que pudesse curá-la. Era parte dela, tão intrínseca como a cor dos seus olhos ou o tom da sua voz.
Naquela noite, Clara saiu para o seu ritual habitual. O bar estava cheio, o ar carregado de perfumes baratos e desejo. Ela sentou-se ao balcão, os seus saltos altos fazendo eco no chão de madeira. Não demorou muito até que um homem se aproximasse, atraído pelo seu magnetismo.
“Posso oferecer-te uma bebida?”, perguntou ele, com um sorriso confiante.
Clara olhou-o de cima a baixo, avaliando-o. Era jovem, talvez vinte e poucos anos, com um corpo atlético e um rosto bonito. Não era o que ela procurava, mas serviria. “Porque não?”, respondeu, com um sorriso enigmático.
A noite seguiu o seu curso habitual. Bebidas, conversas insípidas, e depois, o inevitável. No quarto de hotel, Clara deixou-se levar pelo desejo, explorando o corpo do jovem com uma habilidade que só anos de experiência podiam proporcionar. Mas, mesmo no auge do prazer, sentia um vazio que nada parecia preencher.
No dia seguinte, de volta à sua casa, Clara encontrou Sofia à sua espera. “Então, como foi?”, perguntou a amiga, tentando disfarçar a preocupação.
Clara encolheu os ombros. “Foi o que sempre é. Prazer momentâneo, seguido de vazio.”
Sofia aproximou-se, colocando uma mão no ombro de Clara. “Talvez seja hora de parar, de tentar algo diferente.”
Clara olhou para a amiga, os seus olhos cheios de uma tristeza que raramente permitia que alguém visse. “E se não conseguir, Sofia? E se isto for tudo o que sou?”
Sofia abraçou-a, sentindo o tremor no corpo de Clara. “Não és só isso, Clara. És muito mais do que isso.”
Mas Clara sabia que não era verdade. Ela era uma ninfomaníaca, e nada, nem ninguém, poderia mudar isso. Era o seu fardo, a sua maldição, e a sua única salvação.