Eu, Minha Esposa e o Namorado Dela: Parte 1 – Uma História Reveladora
A sala estava imersa num silêncio pesado, apenas quebrado pelo tic-tac do relógio na parede. Eu sentava-me no sofá, as mãos entrelaçadas, enquanto observava a minha esposa, Sofia, e o seu namorado, Pedro, trocarem olhares que não conseguiam disfarçar. Ela estava sentada na poltrona, as pernas cruzadas, o vestido vermelho justo a acentuar as curvas que eu conhecia tão bem. Pedro, por sua vez, estava de pé, junto à janela, o olhar fixo nela, como se estivesse a tentar decifrar um enigma.
“Então, como foi o jantar?” perguntei, tentando manter a voz estável, embora sentisse um nó a apertar-me o estômago.
“Foi… interessante,” respondeu Sofia, os lábios curvando-se num sorriso que eu já não sabia decifrar. “Pedro tem um gosto peculiar para escolher restaurantes.”
Pedro riu-se, um som baixo e rouco que ecoou pela sala. “Nem todos apreciam a autenticidade de uma casa de fados,” disse, os olhos ainda fixos nela. “Mas Sofia parece ter gostado.”
Ela baixou o olhar, as bochechas corando ligeiramente, e eu senti uma onda de ciúmes a percorrer-me. Sabia que algo estava a acontecer entre eles, algo que ia além de uma simples amizade. Mas, ao mesmo tempo, sentia uma curiosidade mórbida, uma vontade de saber até onde isso iria.
“Pedro,” disse eu, a voz mais firme do que esperava, “porque não te sentas? Parece que tens algo a dizer.”
Ele hesitou por um momento, mas acabou por se sentar na cadeira em frente a mim. Sofia olhou para mim, os olhos cheios de uma mistura de medo e antecipação.
“João,” começou Pedro, a voz calma mas carregada de emoção, “há algo que preciso de te contar. Algo que… que mudará tudo.”
Eu inclinei-me para a frente, os cotovelos apoiados nos joelhos, e fixei-o com um olhar intenso. “Estou a ouvir.”
Ele respirou fundo, como se estivesse a reunir coragem. “Eu e Sofia… temos estado juntos. Não como amigos, mas… como amantes.”
O ar pareceu sair-me dos pulmões, e senti o coração a bater com força no peito. Olhei para Sofia, esperando uma negação, uma explicação, mas ela apenas baixou o olhar, confirmando as palavras dele.
“Porquê?” perguntei, a voz a falhar-me. “Porquê agora? Porquê ele?”
Sofia levantou o olhar, os olhos brilhando com lágrimas. “Porque ele me faz sentir viva, João. De uma forma que… que já não sentia há muito tempo.”
As palavras dela cortaram-me como uma faca, mas, ao mesmo tempo, senti uma estranha sensação de alívio. Finalmente, a verdade estava à vista, e eu podia enfrentá-la.
“Então, o que fazemos agora?” perguntei, olhando para os dois. “O que querem que eu faça?”
Pedro olhou para Sofia, e depois para mim. “Não queremos magoar-te, João. Mas… não podemos continuar a esconder isto. Queremos que faças parte disto. Que nos aceites.”
Eu olhei para ele, perplexo. “Estás a dizer que queres que eu partilhe a minha esposa contigo?”
Ele anuiu, os olhos cheios de sinceridade. “Não é sobre partilhar. É sobre… explorar. Sobre encontrar algo que nos faça sentir completos.”
Sofia levantou-se e veio sentar-se ao meu lado, a mão a acariciar o meu rosto. “João, eu amo-te. Mas também amo Pedro. E quero que os dois façam parte da minha vida. Juntos.”
Olhei para ela, e depois para Pedro, sentindo uma mistura de emoções que não conseguia decifrar. Mas, no fundo, sabia que não podia ignorar o que estava a acontecer. Era uma oportunidade de explorar algo novo, algo que podia mudar as nossas vidas para sempre.
“Está bem,” disse eu, a voz firme. “Mas vamos fazer isto devagar. Vamos descobrir juntos o que isto significa para nós.”
Sofia sorriu, os olhos cheios de gratidão, e Pedro anuiu, um sorriso de alívio no rosto. E, naquele momento, senti que estávamos à beira de algo que podia ser tanto destrutivo como libertador. Algo que podia unir-nos ou separar-nos para sempre. Mas, seja o que fosse, estava disposto a descobrir.