Day After: Tudo o que Precisa Saber para o Dia Seguinte
A luz do dia filtrou-se pelas cortinas de linho, desenhando padrões suaves sobre o corpo ainda desnudo de Sofia. O quarto estava em silêncio, apenas o som da respiração de Tiago, que dormia ao seu lado, quebrava a calma. Ela esticou-se lentamente, sentindo cada músculo do corpo a recordar a noite anterior. A pele ainda ardia onde as suas mãos tinham estado, e o eco dos seus gemos ainda parecia pairar no ar.
Sofia virou-se de lado, observando o perfil de Tiago. A barba por fazer, o cabelo desalinhado, a expressão serena. Era estranho como, depois de tudo o que tinham partilhado, ele parecia tão… comum. E, no entanto, havia algo profundamente íntimo naquela normalidade. Ela deixou os dedos deslizarem pelo seu peito, sentindo o calor da sua pele, e ele mexeu-se ligeiramente, mas não acordou.
A noite tinha sido intensa. Tinham começado com um jantar simples, mas o vinho tinto e as conversas íntimas tinham rapidamente dado lugar a beijos apaixonados no sofá. Depois, as roupas tinham sido abandonadas no chão, e os corpos tinham-se entrelaçado numa dança antiga e conhecida. Sofia recordou o momento em que ele a tinha levantado, levando-a para o quarto, os seus lábios nunca a abandonando. Tinham explorado cada centímetro um do outro, como se fossem territórios desconhecidos, e o prazer tinha sido tão avassalador que ela tinha perdido a noção do tempo.
Agora, de manhã, o corpo de Sofia estava pesado, mas satisfeito. Sentia-se plena, como se algo dentro dela tivesse sido preenchido. Mas também havia uma leve inquietação. O que significava aquilo? O que seria o dia seguinte? Ela não estava habituada a partilhar a sua cama, muito menos a sua intimidade, com alguém. E, no entanto, ali estava ela, a observar Tiago a dormir, a sentir-se estranhamente ligada a ele.
Tiago mexeu-se novamente, desta vez abrindo os olhos. Fitou-a, ainda meio adormecido, e os cantos da sua boca curvaram-se num sorriso lento e sensual.
“Bom dia”, murmurou ele, a voz rouca do sono.
“Bom dia”, respondeu ela, sentindo um calor a subir-lhe às faces.
Ele esticou o braço, puxando-a para si, e ela deixou-se cair no seu peito. O cheiro dele era uma mistura de suor, sexo e algo que era apenas… ele. Era intoxicante.
“Como te sentes?”, perguntou ele, os dedos a traçarem padrões suaves nas suas costas.
“Bem”, respondeu ela, hesitante. “E tu?”
Ele riu-se, um som baixo e profundo que fez o seu corpo vibrar. “Estou incrível. Mas estou a pensar que talvez devêssemos repetir a noite passada. Só para ter a certeza de que não foi um sonho.”
Sofia riu-se também, mas havia uma tensão no ar, uma pergunta não feita. O que aconteceria agora? O que significava aquilo para ambos?
Tiago pareceu sentir a sua hesitação. Sentou-se na cama, apoiando-se nos cotovelos, e fitou-a seriamente.
“Sofia”, começou ele, “sei que isto foi… inesperado. Mas não quero que seja apenas uma noite. Quero saber se estás disposta a explorar isto. Comigo.”
Ela olhou para ele, sentindo o coração a bater mais rápido. Havia algo na forma como ele a olhava, algo que a fazia sentir-se vista, compreendida. E, pela primeira vez em muito tempo, ela permitiu-se sentir esperança.
“Estou disposta”, respondeu ela, a voz firme.
Ele sorriu, e então puxou-a para um beijo lento e profundo. E, naquele momento, Sofia soube que o dia seguinte seria apenas o começo de algo muito maior.