De Madrugada o Carro Estragou… e o Caminhoneiro Me Comeu: Uma História Inesperada
A madrugada estava fria e silenciosa, e o carro decidiu avariar-se precisamente no meio da estrada deserta. A luz da lua prateada iluminava o asfalto, e eu, de pé ao lado do veículo, tentava desesperadamente ligar para o reboque. O telemóvel, claro, não tinha sinal. Foi então que ouvi o ronco distante de um motor pesado.
Um camião enorme aproximou-se, reduzindo a velocidade até parar ao meu lado. A janela abriu-se, revelando um homem de barba por fazer, olhos cansados, mas com um sorriso simpático.
— Precisas de ajuda? — perguntou ele, a voz rouca de horas ao volante.
— Sim, o carro avariou e não consigo ligar para ninguém — respondi, aliviada por ver alguém.
Ele saiu do camião, aproximando-se com passos firmes. Era alto, com ombros largos, e o cheiro a tabaco e café envolvia-o. Enquanto ele examinava o motor, eu observava os seus movimentos, notando a força nos braços e a maneira como a camisa justa destacava o seu torso.
— Parece que o problema é no sistema eléctrico. Vou tentar dar um jeito — disse ele, olhando-me de relance.
Ficámos ali, em silêncio, enquanto ele trabalhava. A tensão entre nós era palpável, e eu sentia o coração a acelerar. Ele parecia sentir o mesmo, pois os seus olhos encontravam os meus com frequência, carregados de uma intensidade que me deixava sem fôlego.
— Não vai dar para arranjar agora — concluiu ele, limpando as mãos num pano. — Mas posso levar-te até à próxima cidade.
Aceitei, subindo para o lugar do passageiro. O interior do camião era quente, com um cheiro a couro e a ele. Enquanto ele conduzia, as mãos firmes no volante, eu sentia o calor do seu corpo a poucos centímetros de distância.
— Tens um nome? — perguntou ele, quebrando o silêncio.
— Sofia. E tu?
— Miguel.
O seu nome saiu como um sussurro, e eu senti um arrepio percorrer-me a espinha. Ele olhou para mim, e algo naquele olhar fez-me perder o fôlego. Sem pensar, inclinei-me para ele, e os nossos lábios encontraram-se num beijo intenso, cheio de desejo reprimido.
As mãos dele deslizaram pelo meu corpo, e eu deixei-me levar pela paixão que explodia entre nós. Ele estacionou o camião num descampado, e ali, na cabine apertada, entregámo-nos um ao outro com uma urgência que nos consumia. Cada toque, cada beijo, era como uma chama que nos queimava por dentro.
Quando acabámos, ficámos abraçados, o coração a bater em uníssono. A madrugada continuava silenciosa, mas algo mudara entre nós. O camião, o carro avariado, tudo parecia insignificante perto daquela conexão inesperada. E, enquanto o sol começava a despontar no horizonte, sabia que aquela madrugada ficaria para sempre gravada na minha memória.