O Que É o Pecado? Significado, Tipos e Como Evitá-lo na Vida Diária
Sob a luz ténue de um candelabro, naquele quarto de paredes antigas e móveis pesados, Clara sentia o peso do pecado a pairar sobre os seus ombros. Não era um peso desconfortável, mas sim uma tensão que a impelia a desafiar os limites que lhe haviam sido impostos desde a infância. O padre António, sentado à sua frente, parecia tão humano quanto ela, apesar da batina que o distinguia como um guardião da moral.
— O pecado, Clara, é uma transgressão da lei divina — disse ele, com uma voz que tentava manter a seriedade, mas que tremulava ligeiramente.
Ela inclinou-se para a frente, os lábios entreabertos, os olhos fixos nos dele.
— E o que é a lei divina, padre? — perguntou, num tom que era quase um sussurro.
António hesitou. Aquele não era um diálogo comum no confessionário. Clara não estava ali para se arrepender, mas para desafiar. Para provocar.
— A lei divina é aquilo que nos guia para o bem, para a virtude — respondeu, tentando manter o controle.
— E se o bem e a virtude forem subjetivos? — continuou ela, os dedos a brincar com a borda do vestido, que subia lentamente, revelando uma perna suave e bem torneada.
O padre sentiu a garganta secar. Aquela mulher era uma tentação viva, uma encarnação do pecado que ele tanto pregava contra. Mas, naquele momento, parecia impossível resistir.
— Clara, você está a brincar com o fogo — advertiu, mas a voz falhou-lhe, tornando-se rouca.
— Talvez eu queira arder — respondeu ela, levantando-se e aproximando-se dele.
António sentiu o coração a acelerar. As mãos dela pousaram-lhe nos ombros, e o calor do seu corpo era quase insuportável. Ele sabia que devia afastá-la, que devia lembrar-se dos votos que fizera, mas a vontade de sucumbir era demasiado forte.
— Isto é pecado — murmurou, mas as palavras soaram vazias, como se já não acreditasse nelas.
— E se o pecado for apenas um conceito inventado para nos controlar? — sussurrou ela ao ouvido dele, o hálito quente a fazer-lhe estremecer.
António não respondeu. Em vez disso, cedeu ao desejo que o consumia, puxando-a para si e selando os lábios dela com os seus. O beijo foi intenso, carregado de paixão e de uma culpa que só aumentava o prazer. As mãos dela deslizaram pela batina, explorando o corpo que estava escondido por baixo, e ele deixou-se levar, esquecendo-se de tudo o que aprendera, de tudo o que pregara.
Naquele momento, o pecado não era mais do que uma palavra vazia, uma invenção que não conseguia competir com a realidade do desejo. E, enquanto os corpos deles se entrelaçavam, Clara sorriu, sabendo que tinha encontrado a verdadeira essência da vida: não na negação, mas na entrega total ao que o coração deseja.