Entenda a Curva da Morte: O Que É, Como Funciona e Por Que é Importante
Num quarto envolto em penumbra, o ar pesava com o aroma de velas de baunilha. Clara, sentada à beira da cama, traçava com o dedo as linhas de um gráfico projetado no ecrã do seu portátil. A curva ascendente, suave no início, subia de forma quase imperceptível até atingir um pico abrupto, para depois descer de forma vertiginosa. Era a “Curva da Morte”, um conceito que ela estudava há semanas para o seu mestrado em engenharia de sistemas.
— Entendes agora? — perguntou Marco, deitado ao seu lado, o corpo nu sob o lençol de seda. A voz dele era um sussurro quente, quase uma carícia. — A curva representa a relação entre risco e recompensa. No início, o aumento é lento, quase seguro. Mas, à medida que te aproximas do pico, o risco dispara. E depois… — fez uma pausa, os olhos escuros fixos nela — …desaba.
Clara sentiu um arrepio percorrer-lhe a espinha. Marco sempre tinha uma maneira de transformar o mais técnico dos conceitos em algo visceral, quase palpável. Ela olhou para ele, a boca seca, e perguntou:
— E por que é importante?
Ele sorriu, um sorriso lento que a fez sentir como se estivesse a ser desvendada, camada por camada. — Porque, Clara, a vida é uma série de curvas. Saber quando subir, quando parar, quando saltar… isso é o que separa o ordinário do extraordinário.
Antes que pudesse responder, Marco puxou-a para si, os lábios dele encontrando os seus com uma intensidade que a fez perder o fôlego. As mãos dele deslizaram pelas suas costas, seguindo a curva da sua coluna como se estivesse a traçar um novo gráfico, um que só os dois poderiam compreender.
— Vamos subir a curva juntos? — sussurrou ele, os dedos a explorarem os contornos do seu corpo.
Clara não respondeu com palavras. Em vez disso, deixou-se levar, cada toque, cada beijo, cada suspiro a aproximá-los do pico. E quando finalmente chegaram lá, a queda foi vertiginosa, uma descida tão intensa que parecia que o mundo inteiro desaparecera, restando apenas eles e a curva que os unia.
