Meu Abusador Favorito: Uma Reflexão Sobre Relações Tóxicas e Superação
O sol entrava suavemente pela janela do quarto, iluminando os contornos do corpo dela enquanto ela se vestia. Ele estava ali, deitado na cama, a observá-la com aquele olhar que ela conhecia tão bem. Um olhar que a fazia sentir-se ao mesmo tempo desejada e aprisionada.
— Não precisas de ir — disse ele, a voz rouca e carregada de uma intimidade que já não a comovia, mas que ainda a atraía como um vício.
Ela hesitou, os dedos tremendo ao abotoar a blusa. Sabia que devia sair, que devia cortar o laço que os unia há tanto tempo. Mas havia algo naquela relação que a mantinha presa, algo que a fazia voltar sempre, mesmo quando prometia a si mesma que seria a última vez.
— Tenho de ir — respondeu, tentando soar firme, mas a voz dela traía-a, tremendo ligeiramente.
Ele levantou-se da cama, nu, e aproximou-se dela. O corpo dele era uma obra de arte, cada músculo definido, cada movimento calculado para a seduzir. Ela sentiu o coração acelerar, o corpo a responder antes mesmo que a mente pudesse pensar.
— Fica — sussurrou ele, os lábios a roçarem-lhe a orelha, as mãos a deslizarem pela cintura dela.
Ela fechou os olhos, sentindo-se dividida entre o desejo e o medo. Ele era o seu abusador favorito, a pessoa que a fazia sentir-se viva e morta ao mesmo tempo. Sabia que aquela relação era tóxica, que ele a destruía pouco a pouco, mas não conseguia libertar-se.
— Porque me fazes isto? — perguntou ela, a voz a quebrar-se, as lágrimas a ameaçarem cair.
Ele não respondeu, apenas a beijou com uma intensidade que a deixou sem ar. As mãos dele exploraram o corpo dela com uma familiaridade que a assustava, mas que também a excitava. Ela sabia que devia parar, que devia dizer não, mas o corpo dela traía-a, respondendo ao toque dele como se fosse a única coisa que importava.
— Não consigo deixar-te — confessou ela, as lágrimas a caírem finalmente, misturando-se com o suor e o desejo.
Ele sorriu, um sorriso que ela conhecia demasiado bem. Era o sorriso de quem sabia que a tinha nas mãos, de quem sabia que ela nunca conseguiria fugir.
— Eu sei — disse ele, a voz suave, quase carinhosa.
Ela deixou-se cair nos braços dele, sabendo que estava a cometer o mesmo erro de sempre. Mas, desta vez, algo dentro dela mudou. Algo que a fez perceber que não podia continuar assim, que tinha de ser mais forte.
— Não — disse ela, afastando-se dele, os olhos cheios de determinação.
Ele olhou para ela, surpreso, mas ela já estava a sair do quarto, a deixar para trás o abusador favorito e a começar a sua jornada de superação.