Como Me Assumi como um Corno Manso: Um Relato Sincero e Transformador
O sol entrava suavemente pela janela do quarto, iluminando os lençóis desfeitos e os corpos que ali repousavam. Eu estava deitado ao lado dela, a minha mulher, a minha Sofia, enquanto o seu amante, o Pedro, se vestia calmamente no canto da divisão. A cena era estranhamente pacífica, quase doméstica, e eu sentia uma mistura de emoções que, antes, teriam sido impensáveis.
Tudo começara há alguns meses, quando Sofia, com a sua franqueza habitual, me confessara que se sentia atraída por outro homem. Não era uma traição clássica, mas uma necessidade de explorar algo que, segundo ela, eu não podia oferecer. Em vez de raiva, senti curiosidade. E, para minha surpresa, uma ponta de excitação.
“Estás bem?”, perguntou Pedro, ajustando a camisa enquanto olhava para mim com uma expressão que misturava respeito e cumplicidade. Acenei com a cabeça, um sorriso discreto nos lábios. Ele era um homem bonito, de ombros largos e olhar intenso, e eu não podia negar que havia algo de fascinante em vê-lo com a minha mulher.
Sofia virou-se para mim, os seus cabelos castanhos desalinhados, os olhos ainda turvos de prazer. “Obrigada”, sussurrou, tocando o meu rosto com uma ternura que me fez sentir amado de uma forma nova, diferente. Eu sabia que aquilo não era sobre falta de amor, mas sobre uma conexão que transcendia as convenções.
Naquela noite, depois de Pedro ter partido, ficámos os dois acordados, a conversar. Sofia explicou-me como se sentia, como aquela experiência a fazia sentir-se mais viva, mais completa. E eu, surpreendentemente, sentia o mesmo. Havia uma liberdade em aceitar que o amor não precisava de ser possessivo, que podia ser expansivo, generoso.
As semanas seguintes foram de descoberta. Comecei a observar Sofia com outros olhos, a apreciar a sua sensualidade, a sua capacidade de se entregar. E, quando ela partilhava comigo os detalhes dos seus encontros com Pedro, sentia uma excitação que nunca antes experimentara. Era como se, ao assumir o meu papel de “corno manso”, tivesse encontrado uma nova dimensão do prazer.
Uma vez, enquanto os observava juntos, senti-me invadir por uma onda de desejo tão intensa que não consegui resistir. Apercebendo-se do meu estado, Sofia convidou-me a juntar-me a eles. Foi uma experiência transformadora, uma fusão de corpos e emoções que me fez perceber que o amor e o prazer não têm limites, desde que sejam vividos com honestidade e respeito.
Hoje, olho para trás e vejo como aquela jornada me mudou. Assumir-me como um “corno manso” não foi uma rendição, mas uma afirmação. Foi a descoberta de que o amor pode ser tão vasto e complexo como as pessoas que o vivem. E, no fim, foi isso que me trouxe a maior das satisfações: a liberdade de ser quem verdadeiramente sou.